Destroços.

Você provavelmente não sabe, mas me visita todos os dias em pensamento - cada único dia desde você partiu. Sonhar em preto e branco virou rotina.
Só queria saber que ainda te tiro o sono, que nada foi em vão, que também te marquei da mesma forma que você me marcou. Você já parou pra pensar se eu ainda me importava? Se eu ainda lembro de você?
Eu lembro. Não dá pra esquecer.
Sabe do que eu lembro? Do seu peito quente encostado nas minhas costas quando a gente ia dormir nos dias chuvosos. Eu me lembro e choro.
Como tudo pôde acabar tão depressa? Como tudo pôde acabar por algo tão banal? Me diga que você ainda pensa em voltar, que nossas memórias ainda te assombram.
Eu te deixei ir sem dizer uma palavra, sem nem pedir para você ficar. E você foi: caminhou pausado, titubeou, olhou para trás, seguiu de novo - de cabeça erguida - e desapareceu lá longe, no horizonte.
Você foi tão longe e eu continuei aqui, parado exatamente no mesmo lugar. Eu continuei aqui, fixado em destroços.

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