Divagações de fim de ano.

Somos quatro
E entre tragos, bebidas e risos
O (maldito) sentir vem para me lembrar que quando anoitece
Sou só eu.

Você.

Te quero
Aqui e agora
Deslizando sob minha pele
Me tocando com voracidade
Me desejando a cada suspiro

Te quero
Nu e desprotegido
Vulnerável em cada pulsar
Voraz em cada olhar
E sutil.

Te quero
Aqui e agora
Reparando todo o desejo
Com qual fui deixado
A espera de algo para sentir
De uma justificativa para continuar
Nessa ânsia por te ter entre meus dedos

Eu te quero comigo.
Aqui. E agora.

Inconstância.

Num primeiro momento
Fluí - sem medo - por seu corpo
Como se antes já não tivesse me perdido em toda sua obscuridade juvenil.
No seguinte momento
Caio - de sopetão - em suas lembranças
Como se a recordação fosse o elu erudito e maldito daquilo que não (h)ouve.
E aí então, como um cigarro no fim
Como uma sujeira no dentes tortos
Você, sutil, me detecta e me infecta novamente me tornando na sua boca farta
Fluo, caio, me infecto.
E corro; contra o tempo, contra o estrago, em busca de uma redenção tardia, de uma desculpa não dita, de um olhar que se perdeu;
E que constantemente se acha
Mas inconstantemente perde-se novamente.

Texto escrito em conjunto com Ga, Diogo e Mari.